Estudo aponta anúncios manipuladores em aplicativos para crianças
by hanna. Nov 03, 2018 14:31.

Um estudo recente realizado pela Universidade de Michigan, EUA mostra que aplicativos feitos para crianças de até 5 anos implantam táticas manipuladoras para entregar anúncios, levantando questões sobre a ética do design de software infantil e a proteção ao consumidor.
Não é de hoje que propagandas vêm afetando a saúde e o psicológico de crianças e adolescentes. As propagandas presentes em aplicativos infantis atuam de forma apelativa, usando recursos de distração, abordagens potencialmente manipulativas e conteúdo que muitas vezes não são adequados à idade.
O mesmo estudo afirma que nos anos 70, crianças não eram expostas a tantos tipos de mídia como ocorreu a partir da criação da internet. Ao público infantil, chegavam somente as mídias tradicionais como televisão e rádio. Além disso, os pais tinham maior controle de decisão sobre o que era apropriado ou não para o consumo dos filhos. Mas desde o início dos anos 90, a publicidade infantil perdeu muito da sua inocência e hoje, liderada pela indústria de brinquedos e alimentos, que fomenta a insaciedade que tanto afeta os nossos pequenos. E o pior: longe dos olhos zelosos dos pais, que estão cada dia mais ocupados.
As propagandas condicionam nossos filhos a relacionarem felicidade ao consumo.
Sob a influência da publicidade na web, jogos ou da TV, as crianças acabam relacionando pensamentos criados pela simbologia das propagandas e seus desejos e vontades. Nessa fase o público infantil desenvolve o raciocínio abstrato e esquece os objetos, a influência da publicidade pode distorcer esse processo, mostrando aos menores uma infinidade de ligações subjetivas entre produtos e imagens, fazendo com que eles projetem nos produtos ofertados ideias falsas referentes à felicidade e à autoafirmação.
Em suma as propagandas condicionam nossos filhos a relacionarem felicidade ao consumo. Aplicativos populares para crianças em idade pré-escolar estão cheios de conceitos de marketing meticulosamente pensados para tirar vantagem injusta das vulnerabilidades do desenvolvimento infantil. Disfarçar anúncios como parte de um jogo e usar personagens de desenhos animados para induzir as crianças ao impulso de comprar não é apenas antiético, mas ilegal - ou ao menos deveria ser.